sábado, 28 de junho de 2014

Tive que ir embora


Levantei pela manhã, e vi você dormindo do meu lado, lembrei da noite anterior de todas as brincadeiras e conversas que tivemos antes de dormir, se beijamos e cada um apagou o seu abajur, dormimos, juntinhos.
Recolhi a pouca roupa que tinha no guarda-roupa e os acessórios femininos que eu tinha no seu armário do banheiro, quando olhei para o espelho lembrei da mania que você tinha de escrever "Tenha um bom dia, eu te amo, meu amor", pensei e re-pensei na gente, não,eu não poderia enfraquecer agora, peguei todas as minhas coisas e partir, partir antes que você pudesse acordar, e implorar com aqueles olhos tão manipuladores para eu ficar, partir antes que sua família se acostumasse mais ainda com a minha presença, e que eu viciasse na torta de maracujá de sua mãe, partir antes que o seus amigos nos chamasse de "casal perfeito", que mesmo com nossas brigas, sempre estávamos ali unidos e dispostos a aprender um com o outro, partir antes que acontecesse de novo, partir antes que nossa vida virasse rotina, e eu esquecesse o encanto que me fez apaixonar por você, eu partir antes, por medo, de todas as decepções anteriores, partir por medo de que acontecesse isso com você, partir antes que eu esquecesse a essência do nosso amor, eu só não parei pra me perguntar se você fosse diferente, se você nunca desistisse de nós, se você não fosse como os outros e nunca me decepcionasse, se você fosse único e a magia do nosso amor torna-se presente para sempre.
Não, eu não me perguntei sobre isso, fui covarde e para mim, foi mais fácil ir embora e partir sem deixa rastros, partir com as melhores lembranças de um amor de verão, e a dúvida eterna do poderia ter dado certo.


                                                                              Tainá Moura

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