Cada passo a mais era um a menos para encontra-lo, respirou fundo só faltava mais dois para se verem, ela olhou em sua direção ele sempre estava a esquerda, maldito! Estava de lilás isso era judiação, ele sabia que ficava lindo com aquela cor, cretino! na verdade ele sabia que ficava lindo de qualquer cor, seja de vermelho do semáforo ao verde do abacate, até mesmo de rosa, que fazia duvidar a masculinidade de alguns homens.
Como podia ser tão lindo, como até sua pele tinha um lindo contraste com o sol, como aquele corpo tinha um jeito de agir, e tinha tal proporções em cima dela, como podia perder horas pensando nele, e dar gritinhos histéricos ao imaginar cenas, e o sorriso automático invadir seus lábios, com uma cena aleatória que sua própria mente inventava para faze-la sorrir.
Ela conseguia decifrar os sinais dele, ou ela fingia decifrar, se estava sentado é porque era tímido, se a ficava encarando é porque estava afim, e se acaso aparecesse com outra era pra fazer cíumes, porque tudo que ele fazia era somente por ela e para ela, assim pensava.
Todos os dias ela o via, ele trabalhava em uma esquina e era caminho de sua locadora, ela sempre passava por lá, com a roupa mais bonita, com a maquiagem bem feita, e com o sorriso irradiante, os dois trocavam olhares, e ela sempre deixava sair um sorriso e ele uma piscadela.
Depois de alguns meses ele mudou de trabalho, ela não tinha o endereço dele, e mal sabia o nome, ela cresceu e o tempo de sua vida adulta ficou pequeno demais para ir a locadora pegar filmes.
Talvez ele seria o homem perfeito, talvez fosse o marido ideal, talvez fosse o pai perfeito, talvez fosse o amor de sua vida.
Mas esse talvez são coisas que vão tortura-la a vida inteira, porque ele nunca tentou, e nem ela,sua timidez não deixou, hoje ela é casada, tem filhos, mas nunca esqueceu dele.
E do felizes para sempre que poderiam ter tido juntos.
Tainá Moura
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