Sabe eu nunca nessa vida vou entender, se mãe são anjos que Deus põe em nossas vidas para cuidar de nós, porque ele nos tira? Será que ele acha capacitados para viver sem a pessoa mais importante da nossa vida?
"Porque o senhor levou minha mãe?" - Essa era a pergunta que eu fazia pra Deus todos os dias após sua partida.
Hoje já faz 5 meses e meio desde que ela se foi, e eu parei de questionar Deus, me olhei no espelho e vi meu reflexo, comecei a comparar minhar atitudes, e por mas ridículo que pareça com a ausência dela eu mudei muito.
Deixei de ser aquela menina mimada que aceitava tudo na mão, comecei a ir atrás e lutar.
Deixei de de vê a vida como longa e passei a valorizar os mínimos momentos que tenho.
Comecei a ter compaixão pelo próximo e me emocionar mais com o sofrimento alheio.
Deixei de mentir, por mais pequenas que eram essas mentirinhas, eu parei com isso.
Parei de sentir o sentimento que é chamado "ódio" pelas pessoas, eu não sei mas o que é isso, parece que meu coração se reacendeu e se renovou, e percebeu que isso nada mas é, que que o averso do amor.
E se eu posso sair por aí, distribuindo ódio para quem pisa no meu pé no ônibus, ódio para aquela vizinha que fala de mim pelas costas, sem eu nunca ter feito nada a ela, e ódio por quem anda lento em minha frente, eu posso sair por aí distribuindo amor, amor pelo próximo, amor por quem precisa de mim, amor pelas coisas a minha vida, é um sentimento tão lindo e faz vê a vida tão colorida, e isso com certeza me leva para mas perto de Deus, e com certeza me leva para mas perto da minha mãe, me faz ter a certeza que um dia irei revê-la mesmo em outro plano, e faz com que ela receba a coroa de honra, por ter feito o seu papel como anjo aqui na terra, e ter cuidado tão bem de mim, e ter me ensinado princípios.
Aprendi também a julgar menos as pessoas, pessoas tem atitudes estranhas, e muitas delas fazem ou falam algo que não querem, e se arrepende, aprendi a observar as pessoas pelos olhos dela e pelo jeito que se expressam, não somente pelos atos, acredite, nem sempre a vida nos leva para o rumo que queremos seguir, mas por comodidade precisamos continuar assim, aquele durão do bairro que todo mundo tem medo, não é assim porque ele quer, e sim porque ele ganhou fama de durão, e com isso ganhou o mérito de ninguém nunca zombar dele, nem de sua família, mas acredite se ele pudesse mostrar o menino carente que ele tem dentro de sim, ele poderia ser muito mais feliz.
Com a ausência da minha mãe, eu aprendi a ter paciência sempre foi uma coisa que eu nunca tive, eu era 8 e 80, queria as coisas na hora para agora, queria chegar no ponto e o ônibus já está com a porta aberta e partindo, quando sentia fome, queria preparar uma lasanha em 5 minutos, a vida pode até ser um estalar de dedos, mas a gente nunca vê o tempo passar perante nós, se não perderia a magia né? E se ela já passa tão rápida, a ponto de percebemos quando já é tarde, para que apressar as coisas?
E por fim, com a ausência da minha mãe eu aprendi outra coisa sobre Deus, eu já o amava e respeitava, mas nem sempre eu rezava, só nas horas das precisões, porque eu achava que aquilo bastava e pronto Deus me atenderia em um piscar de olhos.
No dia 19 de dezembro foi o dia que eu mais rezei, eu me ajoelhei na rua, eu chorei no canto, eu implorava que Deus não levasse minha mãe, e que ele desse a cura a ela, eu peguei todos os salmos e preces que minha mãe tinha na gaveta e levei , orei e rezei todos desesperadamente, enquanto eu estava lá de acompanhante do lado dela.
Enquanto eu rezava eu senti uma tranquilidade, ele estava ali presente, eu senti que tudo ia ficar bem, foi quando começou a falta de ar dela e me tiraram do quarto correndo, e o médico trouxe a pior notícia da minha vida.
Naquele momento, minha vontade era de jogar os salmos e livros pro alto, eu não conseguia entender porque Deus tinha feito aquilo? Se eu rezei tanto, se eu pedi tanto, mas tudo acontece no plano de Deus, talvez fosse a hora dela partir.
E eu só tentaria começar a entender isso 5 meses depois, hoje ainda sinto a falta dela, ela era e, é tudo que eu tinha.
A ausência dela me fez repensar até sobre o maior sonho da minha vida que é ser mãe, as vezes penso será que vale a pena botar um filho no mundo, um filho meu, que vou amar e criar e mima-lo de tudo e todos, para depois partir e ele se vê sozinho no mundo e sofrer tudo o que estou sofrendo? Porque vamos ser realista, eu não serei eterna.
Aí eu me pergunto, será que também vale a pena pensar logo no fim, quando se tem um caminho pela frente?
Será que vale a pena perder o carinho do moleque ou moleca, me chamando de mãe, dizendo que me ama, e tendo essa sintonia tão maravilhosa, esse amor tão puro, tão único , tão cúmplice que eu vivi com minha mãe?
Nada, nem mesmo a morte, faz eu esquece-lá, deixar de ama-lá e ter ela como minha rainha, sempre que falo dela me emociono, mas ela uma emoção satisfatória, ela é meu tudo. E, por ela que terei meus filhos(a), eu queria 4! Mas pode ter certeza se eu tiver uma menina, terá o nome dela, o nome da minha rainha, será o nome da minha princesa, Isabel Cristina!
Eu amo você mamãe, até algum dia!
"Cada dia sem você, aumenta mais o meu amor, parece que a ausência faz crescer a cada dia mais, e quando eu choro não é porque eu ache que nunca vou mais vou te vê, porque sei que vou, é porque eu precisava de você ali, naquele momento, me dando um abraço, uma apertada no nariz, e um pedaço de bolo, te amo"
Tainá Moura
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