terça-feira, 20 de maio de 2014

Eram 3 da manhã




Ia dar 3 da manhã, resolvi me sentar na cama, já estava mais do que óbvio que esse sono não ia chegar, prendi o cabelo, acendi o abajur e bufei, era primeira noite sem você.
Mas eu não queria e nem ia ficar pensando nisso, eu estava bem sem você, a propósito o que eu mais queria era ter minha cama de volta, toda pra mim, só não lembrava o quanto ela era grande demais pra uma pessoa, e não sei sempre se ela foi assim tão gelada ou fui eu que me acostumei com o calor do seu corpo me esquentando, bufei mais uma vez, não ia ficar pensando nisso, afinal, eu não estava nem pensando em você mesmo.
Abri o criado mudo e peguei um cigarro, que ótimo, poderia fumar a vontade sem você ali me repreendendo, tirando ele da minha mão e dizendo o como aquilo me fazia mal, joguei a droga do cigarro no lixo, não tinha a mesma essência , você me impediu tanto de fuma-lo, que eu perdi o hábito.
Voltei para a cama e abri o laptop entrei em uma rede social, na esperança de achar alguém que me tirasse daquele tédio, ninguém estava online,mas é claro o que eu queria? pessoas normais dormem as 2h30 da manhã.
Estava saindo quando vi a bolinha ficar verde ao lado da sua foto "Droga! O que fazia acordado aquela hora?" você adorava dormir e até reclamava quando eu fazia um barulho de madrugada, mesmo com os olhos fechados você gemia em sinal de reprovação, sempre achei aquele gemido rouco tão sexy.
Balancei a cabeça saindo dos pensamentos e desloguei rapidamente torci para que você não tivesse visto, afinal, não queria que você se iludisse achando que eu não consegui dormir pensando em você, porque eu não estava.
Fechei o laptop e deitei na cama de novo, fiquei encarando o teto, fechei os olhos, virei para um lado e outro e nada do sono, acabei desistindo de tentar, liguei a tv, nada que prestasse, apenas filmes clichês de casais que ficam juntos e felizes no final, como se na vida real fosse assim.
Fui para cozinha e ataquei a geladeira e comi tudo que podia, como era bom comer aquilo tudo sem você para dividir, e sem precisar ouvir sua piadas de que eu não engordava de ruim, e que mesmo se isso acontecesse, você nunca deixaria a sua bolotinha.
Estava começando a pensar o que ia fazer no outro dia, quando a campainha tocou.
Olhei no relógio , era 3 da manhã em ponto, pensei quem poderia ser, ou melhor quem havia morrido.
Quando abri me surpreendi, era você, parado em minha minha porta, cheio de olheiras, a roupa amarrotada, foi logo entrando e começou a dizer que sentiu minha falta, que me amava e não queria me perder, que aquela discussão foi coisa do momento, e que passou a noite inteira pensando na gente, e que não queria que ficássemos brigados, eu fiquei imóvel e inquieta não ia mentir dizendo que estava pensando em você, porque eu não estava.
Então você me entrelaçou em seus braços e meu deu deliciosos beijos, e fizemos amor ali mesmo , no chão, com a porta aberta.
Ao sentir seu toque e seu cheiro logo soube porque perdi o vício do cigarro, é porque eu ganhei o vício de você e uma vida ao seu lado, encostei a cabeça em seu peito e senti os beijos em minha testa.
Quando você falou baixinho em meu ouvido:

- O que fazia online há quase três da manhã?

Meu coração saltou, por mais que tivesse sido rápida ele havia visto.

Afastei a cabeça do seu peito para olhar em seus olhos, e confessei para você, o que neguei pra mim mesma, a noite inteira:

- Não consegui dormir, porque passei a noite inteira pensando em você.

                                                                       
                                                                                                   
                                                                             Tainá Moura

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