sábado, 19 de abril de 2014

Ela queria ele

Não importava como ele seria daqui há 40 anos, ou se ele ficasse calvo pra sempre, ou se os olhos dele  deixassem de se cor de mel e virassem castanho escuro, ela queria ele, independente dos seus defeitos, ou do pouco tempo que passaria juntos, ela queria ele, mesmo que ele não há quisesse pra sempre, mesmo que só fosse por 4 meses, 3 semanas ou 2 dias, ela precisava nem que fosse por um segundo experimentar daqueles lábios um delicioso beijo, eles eram tão tentadores, ela queria experimentar o desejo da paixão que era estar dentro daqueles braços másculos e fortes. Será que era tão ameaçadores quando pareciam?
Ela queria sair de mãos dadas com ele pela rua, nem que fosse por uma hora, ela queria que o mundo soubesse do amor que ela sentia por ele, queria conhecer a intensidade do prazer nos braços dele.
Ela queria tanto poder dizer quantas noites sonhou com ele , e acordou no melhor do sonho, quantas vezes fechou os olhos e imaginou que ele fosse o travesseiro, quantas vezes pensou em cenas que a fez sorrir sozinha sentada no banco da praça, e dizer a ele que começou a entender a letra romântica das músicas apaixonadas, e que elas pareciam narrar a vida deliciosa que eles dois poderiam ter junto.
Ela queria ele por apenas um momento, queria dizer tudo o que sentia, e mais do que querer mostrar a ele, era comprovar se todo aquele pedaçinho de paraíso que ele aparentava ter era real.
Ela queria ele com a intensidade de que um cachorro quer um osso, ou um gato um leite, comparação infeliz, mas não menos lógica, ela precisava roer, roer todo aquele corpo moreno e perfeito, que as roupas faziam a maior referência e favorecia ele, precisava saciar sua sede, sede de amor, de paixão, sede de viver uma vida ao lado dele.
Ela queria dar a mão a ele, e se jogar num mundo incerto, sem volta, sem horas marcada, sem tempo, queria apostar todas as suas cartas em cima dele, mesmo sabendo que esse campo poderia ser perigoso, mas seu coração sentiria realizado.
Ela queria acordar todas as manhãs e o rosto dele inchado e cheio de marcas do travesseiro, e os olhos arremelados ser a primeira coisa do seu dia, ela queria contar com a presença dele na hora dos problemas, seu ombro protegendo e dizendo que ia ficar tudo bem, queria que ele fosse rígido nas horas precisas, e também queria que ele fosse sentimental nas horas devidas, como assistir um filme que um cachorro morre, ou dar uma cartinha, bem curta, que dissesse somente a importância que ela tem na vida dele, queria que ele chegasse cansado, e ela estivesse lá para fazer uma massagem, um cafuné, e oferecer mais uma de suas invenções culinárias, ele ia adorar, repetiria várias vezes, e ela ficaria lá calada, somente com a cabeça apoiada na mão sorrindo vendo aquela cena, daquele pequeno grande homem se lambuzando feito um bebê em sua primeira papinha.
Ela queria um banho demorado a dois, e depois secar as costas dele, se virar para ele fazer a mesma coisa.
Depois conversariam sobre aonde iam passar o próximo final de semana, e que alguma prima ia dar a luz ao seu terceiro filho, ele ia arregalar os olhos, e dizer brincando que estava quase passando da hora deles ter o primeiro filho, ela ia sorrir feliz, e iria brincar que talvez estivesse a caminho e fazer cara de dúvida, ele quase se cortaria com o barbeador, e ela diria que estava brincando e daria um tapinha em seu ombro.
Ela só queria abrir mão da vida dela, para que ele abrisse da dele, e os dois unissem pra fazer das duas vidas, uma só vida, a vida deles. Que não importasse o tempo que durasse, seria a melhor vida de todas.
Ela precisava muito dele, e ele precisava muito saber disso.



Beijos&Chocolates
Tainá Moura

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