quarta-feira, 20 de agosto de 2014

E foi no balanço do vento que eu pensei em você

Não lembro o que estava procurando naquela bagunça que eu disfarço chamando de quarto, quando seu retrato caiu, empoeirado e envelhecido com o tempo, me sentei na pontinha da cama e abracei ele sorrindo.
Lembrei de você, foi uma lembrança doce e serena, um vento invadiu, me fazendo arrepiar, um vento calmo, um vento acolhedor, eu sorri me lembrando de tudo, tudo que vivemos e todas as lembranças, todos os sonhos, toda a realidade, todos os pequenos momentos, os maus e os bons, esses momentos passavam como um filme em minha cabeça, como um filme que me prende do início ao fim, porque eu sou fã da protagonista — que nesse caso, seria eu — Aquele filme que você gosta, mas não assistiria de novo, porque já conhece muito bem o final, foi um gosto de amargo-doce, e mesmo depois de todas as lembranças, até mesmo as ruins, eu sorrir, não entendo bem, mais uma paz me invadiu, uma paz de espirito, essa paz me fez entender, que não foi falha minha, e muito menos sua, tinha que ser justamente assim, você entrar na minha vida, marcar do jeito que marcou e ir embora, tínhamos um prazo para ficarmos juntos, para convivermos e aprendermos um com o outro, mas esse prazo se excedeu, o laço foi desfeito, um coração foi partido e dois olhos se encheram de água, mas encontrar aquela foto perdida no meio do nada, me fez perceber que nada foi em vão, que tudo aconteceu, como tinha que acontecer, eu  fiz certo, e tenho certeza que fiz minha parte, mas quando não é pra ser, não adianta dar murro em ponta de faca, quando é pra chover, não há planos de ir pra praia que faça o sol abrir.


                                                                                      Tainá Moura

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