quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Porque é fácil amar em um cruzeiro em Paris, difícil é amar quando as contas começam a chegar.


E quando as contas começa a chegar e o dinheiro faltar mesmo assim eu ainda vou te amar, e quando no final do mês o gás acabar, nós descobriremos tudo quanto é tipo de comida que se pode fazer no microondas, e quando a light cortar nossa luz, nós inventaremos mil brincadeira e mímicas que se pode se fazer na sombra da noite, viveríamos de cheiro, e teríamos um encontro moderno a escura que ia durar até o o próximo pagamento, e quando as comidas das dispensas começar a acabar, visitaremos sua mãe, com a desculpa de que estávamos com saudade, só pra comer uma comida gostosa caseira, viveríamos de ovos, de água, no escuro, com dívidas, mas estaríamos juntos, você diria que eu sou o pé frio da sua vida, eu ia sorrir, ia dizer que é pra isso que eu encontrei em você um "pau quente", você ia sorrir meigo e ia aparecer as suas deliciosas covinha, teríamos algo diferente naquela sintonia, não seria um amor banalizado, nem amor daqueles de novelas, em que o mocinho é rico e traz a princesa pobre para conviver na desigualdade social, aqui seríamos os dois pobres — Pobre, pobre , pobre de marré desci — onde não teríamos bem materiais, nem contas em dia, e nem comida para os 30 dias do mês, viveríamos endividados, o banco levando o carro, a light cortando a luz, e nosso estômago embrulhando para não ser ovo frito, cozido, ensopado novamente, mas teríamos a coisa mais preciosa e valiosa do mundo, amaríamos um ao outro verdadeiramente, eu te entregaria o meu coração e te daria a mão para entrar em uma vida louca, onde seria uma montanha-russa, um dia teríamos tudo, noutro nada, mas mesmo nos dias de nada, teríamos um ao outro.


                                                                                Tainá Moura

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