sábado, 18 de outubro de 2014

Me dê flores enquanto eu ainda puder agradecer por elas

De verdade eu nunca vou entender a lógica dos enterros, velórios e toda aquela — se me permitem dizer — Palhaçada que todos nós (querendo ou não) seremos submetidos, para que dá flores a um corpo sem vida, sem alma, um corpo gelado deitado em um caixa de madeira que em breve irá para debaixo da terra para virar comida de formiga e se tornar ossos, não meu caro, eu não quero flores no meu enterro, eu não quero nem velório, pra dizer a verdade, eu nem quero nem morrer, mas é lei, e leis tem que ser respeitadas, principalmente as leis da Deus.
Acho rídiculo aquela encenação e acho a coisa mais bruta e estúpida pessoas vestidas de pretos, encenando lágrimas que ás vezes nem é verdadeira, como se fosse um circo e o espetáculo da noite adivinhe quem é? O cadáver!
Pessoas de todo lado fingindo o falso consolo, dizendo o quanto amava, e o quanto aquela pessoa está em um bom lugar (será que está mesmo?) vai saber, uma coisa que eu sei da vida, é que você pode ser a praga viva em vida, mas quando você morre, você vira santo, frases como : "Ele era tão bom" "Eu jamais conseguerei esquece-lo" "Ele é meu rei" "Ela é minha rainha" ... tantos elogios bonitos e idiotas.. me pergunto se 70%¨desses elogios foram ditos em vida quando a pessoa estava ali presente, me pergunto se esse povo todo que sai até do bueiro para vê o falecido, estava com ele em algum momento especial, se visitaram o dito cujo no hospital, se apoiaram quando ele precisava, e mas , se ele queria que eles estivessem lá, se não fosse tão egoísta da minha parte, eu faria uma lista, uma lista em vida das pessoas que eu queria que fosse no meu enterro, acho que seria só eu e o coveiro.
Eu nunca fui em um enterro e nunca irei em nenhum (sem ser o meu, claro, esse eu sou obrigada a comparecer), acho a coisa mais impeodosa, e acho que as pessoas que eu amei, eu amei de alma, de coração, eu não amei aquilo ali frio e gelado, e se choro por alguém que se foi, é de saudade das lembranças boas que eu passei com ela.
Minha teoria sobre a morte que ela devia ser uma parede branca, onde as pessoas recebessem uma carta no dia que iria morrer, e se despediria de todos, e essas porta se abria e uma luz clareava e todos acenavam vendo ela partir, assim pouparia todos nós, desses espetáculo de falsidade e nojo que é os enterros nos dias atuais.
E sobre a coroa? Me diga pra que eu vou querer flores, para ficar bonita a sete palmos do chão? Não querido, me dê flores em vida, enquanto eu puder agradecer, enquanto eu puder estampar um sorriso no rosto de agradecimento, e esse sorriso que você vai guardar em sua memória quando eu partir.


                                      Tainá Moura

Um comentário:

  1. Oiii...sei que faz tempo que não venho aqui, me desculpa! Realmente eu não estava respondendo nenhum comentário do meu blog...Mas...eu adorei o post da sua viagem....aproveitou muito né??!?! E vc me fez pensar muito com esse texto! Acho que tbm não vejo lógica dar flores a um morto, e nem sei da onde esse costume saiu...Tbm quero receber flores enquanto estiver viva!heheh...Espero que tenhamos vida longa!! hehehe...beijos

    Te convido a visitar meu blog, seja muito bem vinda
    lucianabotacini.blogspot.com.br

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