domingo, 28 de setembro de 2014

Coisas de Domingo

O tempo passa no relógio, e eu viro apenas uma telespectadora a assisti-lo, as seis vou tomar um remédio para dor de cabeça, as sete vasculho na geladeira a procura de algo que me sirva de passatempo, não encontro, fecho a geladeira e dou passos curtos pela casa, ando para cima, para baixo, ouço um pouco de música e desisto, nem meus cantores favoritos estão me animando agora, volto para cozinha e passo no relógio mais uma vez são oito horas em ponto, a galinha do fundo do relógio me enxerga perfeitamente bem, ela deve decorar minha face, ao tanto que eu a encaro, uma pergunta irrespondível é porque as horas sempre demoram a passar quando ansiamos que ela passe e leve com ela toda angústia, toda pressa, toda ausência de paz, parece que ela sobrecarrega e fica, fica.. fica.. como se fosse uma espécie de tortura, quem dera que pelo menos por hoje, os ponteiros pretos andassem tão depressa quanto o vermelho, penso sobre alguma assim, aleatória, abro a janela jogo um sorriso amarelo pra lua, e vejo que não tem estrelas essa noite, fecho a janela e encosto a cabeça nela, perco uns 10 ou 15 minutos ali pensante, retorno a cozinha são 9 horas agora... quantas horas inteiras, a essa altura do campeonato eu já virei amiga do fogão, da geladeira e todos os outros objetos tão familiares que vêem de hora em hora, no espaço da pequena cozinha o silêncio é quebrado pelo tic-tac do relógio, ah, como eu queria entender, ou queria uma voz, uma risada, alguém cantando uma música irritante até fazer eu ficar de saco cheio, eu só queria alguém ali, pra quebrar aquele silêncio e trazer o amor, tirar o aspecto de menina solitária que aquela casa  tinha e transformar aquilo, no que se pode se chamar de  lar.

                                                                                Tainá Moura


Nenhum comentário:

Postar um comentário